PPD/PSD: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO ELEITORAL ENTRE 1991-2011

O mapeamento dos resultados do Partido Social Democrata origina padrões espaciais que em parte, têm algo de comum com a distribuição do CDS/PP: de forma genérica, os padrões indicam que o partido obtém taxas de votação muito altas a norte do Tejo e na região do Algarve, em contraponto com as baixas taxas de votação que o partido regista na região do Alentejo.

Ao longo do tempo, o PPD/PSD tem procurado ganhar influência nesta região, mas sem grande sucesso e por conseguinte, esta acaba por representar um entrave a uma distribuição mais harmoniosa da votação do partido. Pontualmente, sobretudo nas áreas urbanas de maior dimensão, os sociais-democratas têm conseguido obter alguns resultados de relevo. A norte, o padrão espacial expressa uma maior tendência comparativamente com os centristas, traduzindo o facto de as percentagens de votação do PPD/PSD serem manifestamente superiores quando comparadas com os resultados nacionais. Naturalmente, os padrões espaciais resultantes do processo de mapeamento por classes de votação, acabam por reflectir a existência das mesmas áreas notáveis que já havíamos referido anteriormente para este partido (distritos de Leiria e Vila Real) e nas quais o eleitorado tem-se mostrado fiel aos ideais do partido ao longo do tempo. Nos grandes centros urbanos, particularmente Lisboa e Porto, os sociais-democratas registam resultados muito semelhantes aos resultados nacionais o que se traduz no facto de os polígonos correspondentes às freguesias geograficamente localizadas naquelas áreas, estarem representados em tons de cinzento (valores médios da graduação a cores equivalentes à classe central da respectiva classificação por classes).

Os centros urbanos, por norma, serão porventura sinónimos de um eleitorado mais esclarecido, com acesso a outros fluxos de informação e que dificilmente opta por expressar um apoio massivo a um determinado partido. Paralelamente, a distribuição da população pelos diferentes sub-estratos etários será por certo distinta (urbano vs rural). Se analisarmos todos os principais centros urbanos, não identificamos qualquer caso que gere padrões espaciais com tonalidades associadas às classes 1 e 2, uma vez que as opções do eleitorado urbano são mais abrangentes e quiçá, equilibradas. Por outro lado, a volatilidade do eleitorado está patente com maior ou menor dimensão ao longo de todo o território. O distrito de Faro corresponde quiçá, a um dos casos mais evidentes. De facto, os diversos padrões espaciais apresentados confirmam que os resultados do partido neste distrito em particular estão por certo condicionados pela conjuntura que envolveu cada um dos escrutínios.

Por exemplo, compare-se os padrões bem distintos associados às Legislativas de 1991 e às Legislativas de 2005. Se no primeiro caso, o partido obteve um dos melhores resultados de sempre expressos pela obtenção de uma maioria absoluta, no segundo caso, o PSD registou um dos piores desempenhos da sua história ao nível de eleições legislativas.


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